O secretário de Segurança Pública do Estado, Maurício Barbosa, endossou a atitude do número 2 da pasta, Ary Pereira, de disparar três tiros para dispersar a invasão de integrantes do Movimento dos Sem-Terra à sede do órgão, nesta terça-feira (10).
Em entrevista ao Bahia Notícias, o titular da pasta defendeu o seu auxiliar e criticou a ação dos manifestantes que cobravam celeridade nas investigações sobre a morte de Fábio dos Santos Silva, integrante do MST assassinado em abril deste ano em Iguaí, no sudoeste baiano. "O próprio vídeo mostra a forma como o movimento chegou. Mais de 300 pessoas invadiram o prédio com foice e facão. Não foi dada ciência prévia nem houve solicitação de audiência. A decisão [de atirar] foi acertada. Primeiro porque tínhamos servidores, policiais, armamento, documentos, sistemas informatizados...
Não pode um prédio desse ser tomado. É um desrespeito ao órgão e a quem sempre tratou os movimentos muito bem. Se tinham alguma dúvida, que solicitassem audiência e nós íamos atender de pronto. Até porque temos um grupo formado para investigar crimes no campo", argumentou Barbosa, ao complementar que os sem-terra "agiram de forma desproporcional". "Esse foi o meio que evitou a ameaça à integridade física das pessoas. Sabe-se lá qual é a animosidade deles? Presumir que esse tipo de situação é normal, não é", opinou o chefe da SSP.
Ele não cogita a demissão do subsecretário, como sugeriu a deputada estadual Luiza Maia (PT), aliada do governo. "A avaliação dela eu respeito, mas a demissão ou não compete ao governador. Nós fizemos o que manda a lei. Se abrirmos mão da nossa atribuição, estaremos prevaricando. Estamos aqui para fazer cumprir a lei", avisou. De acordo com o secretário, Ary Pereira é agente do setor de inteligência da Polícia Federal, tem pistola registrada e porte de arma federal.