terça-feira, 15 de julho de 2014

Sumiço de aparelhos no Hospital de Base ganha novos desdobramentos

Hospital de Base recebeu equipamentos em abril de 2013 - Foto Pedro Augustosite
O sumiço ainda não explicado de três respiradores no Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, em Itabuna, acaba de ganhar novos desdobramentos. No último sábado (5), o médico Edson Dantas reacendeu a polêmica sobre o fato de a Fundação Hospitalar de Camacan ter aparelhos semelhantes, algo constatado meses atrás, durante visita feita por vereadores itabunenses.
Tanto em entrevista à Rádio Difusora como ao Diário Bahia, Dantas lembrou que os respiradores desapareceram num momento em que as câmeras foram desligadas. Citando a presença de aparelhos desse tipo em Camacan, afirmou que o diretor do hospital daquela cidade, dr. Almir Gonçalves, já geriu o "Base" e até hoje teria a chave de lá. "O principal suspeito é ele. Pra mim, é óbvio que os respiradores – que, juntos, pesam 240 quilos – foram levados por um médico, enfermeiro, alguém que conhece o funcionamento do Hospital de Base. Mas a polícia insiste em não achar", acusou.
Outro lado
Em contrapartida, os médicos Mardson Silva e Almir Gonçalves, respectivamente, gestor e diretor da Fundação de Camacan, enviaram Nota de Esclarecimento à redação do Diário Bahia, para responder às acusações feitas por Edson Dantas.
Para Silva, que classifica a denúncia constrangedora e exclusivamente política, "não há qualquer fundamento na acusação, visto que as dependências da instituição sempre estiveram e estão à disposição da Justiça para revista".
Por fim, ele repudiou veementemente a insinuação "em nome do bom andamento da saúde da região, que carece de um bom funcionamento e entendimento entre as instituições envolvidas".
Dr. Almir, por sua vez, informou que já tomou todas as medidas judiciais cabíveis, ao contratar o advogado Marcos Alpoim. "Lamento a atuação e insanidade do referido profissional de medicina; lamento estar envolvido numa acusação sem fundamento, ao tempo em que acredito tratar-se de oportunidade política", assinalou.
Prejuízo sem culpados
Os três respiradores artificiais, cada um avaliado em R$ 45 mil, chegaram ao Hospital de Base em abril de 2013 e desapareceram de uma sala próxima ao setor de emergência, no início de março deste ano. A ausência só teria sido notada dias depois e uma queixa à polícia foi prestada depois de investigação interna sem êxito.
De acordo com o diretor da unidade, dr. Paulo Bicalho, a ausência dos três respiradores causa risco à saúde dos pacientes. Desde o suposto furto, os nove aparelhos que sobraram são usados diariamente. Vale lembrar que se trata do maior hospital da rede pública do sul da Bahia, já que atende a cerca de seis mil pessoas por mês no pronto socorro.