quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Policial fechado e sisudo ou interativo e comunitário?

Em conversa com colegas policiais, não é raro que eles denunciem no posicionamento da imprensa, e da opinião pública no geral, certo dualismo quanto aos interesses sobre o papel e o modo de atuação das polícias. Esta reclamação me veio à tona ao ler uma matéria do blog Metro1, do Grupo Metrópole, em uma seção chamada “Você Repórter”, onde se vê o seguinte:
Metro1
O que a matéria chama de “andando de lá para cá conversando com os seguranças” costumo ensinar nas aulas de policiamento comunitário que ministro como “interação comunitária” – principalmente com seguranças particulares, que muitas vezes possuem informações relevantes sobre eventuais problemas que atinjam a segurança local. Ainda mais se tratando de um ponto notável, como uma faculdade que provavelmente possui centenas de alunos.
E “tempo para um lanche na cantina”? Será que os policiais devem, ou podem, portar-se como espantalhos, sem serem autorizados a realizar suas necessidades básicas? Quando a Polícia Militar da Bahia resolveu conceder ao policial auxílio alimentação e extinguir os refeitórios nos quartéis, o que se fez foi garantir que o policial esteja, durante o serviço, 100% na rua, em interação com a comunidade. Será isto uma falha?
É bom frisar que aqui não se defende a privatização do serviço público, mas critica-se a relação entre “índice de violência” e a interação social de policiais no local onde atuam – o que é feito pela publicação do Metro1. Esta relação pacífica e comunitária que parece ser praticada pela dupla de policiais é bem diferente da rispidez que algumas vezes caracteriza a ação de alguns colegas que perdem a cabeça no desempenho do serviço e exageram, como parece ser o caso do vídeo abaixo:
É preciso pôr “o ponto nos is”, e sermos claros em relação ao que queremos da polícia e de nossos policiais. Neste sentido, os órgãos de imprensa (que prestam serviço de natureza pública) têm fundamental papel. Esta bipolaridade atinge em cheio os próprios policiais, que se veem acuados entre afagos e reclamações em atitudes iguais. Particularmente, entendo que progredir para atitudes interativas, comunitárias, aproximadas, cidadãs e negociadas é o caminho.