O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade da TV Bandeirantes, estava
filmando as manifestações na cidade do Rio de Janeiro, quando um artefato
explosivo atingiu sua cabeça, fazendo-o cair ferido. Com precipitação e má
intenção, a Globo News e os demais programas jornalísticos da Rede Globo,
divulgaram o depoimento de um dos seus profissionais acusando categoricamente a
Polícia Militar de ter praticado a agressão.
Só que diversas fotos e filmagens, principalmente da TV Russa,
evidenciaram, sem margem de dúvidas, que a violência partiu de um dos
“cidadãos”, possivelmente integrante da facção Black Bloc. Grupo que tem
praticado arruaças nas ruas do Rio de Janeiro, transvestidos de manifestantes,
mas que na verdade têm praticado vandalismo com a depredação de agências
bancárias, estabelecimentos comerciais, ateando fogo em
automóveis e agredindo o Estado, representado pelas forças policiais.
Diante das filmagens que registram o momento em que o cinegrafista é
atingido, o núcleo de jornalismo da TV Globo procurou especialistas para que
pudessem comprovar a culpa dos policiais militares,
e apresentaram no Jornal Hoje, as suas avaliações dos explosivos e
da ação tida como truculenta e descabida da PM.
Algo nem tão necessário, pois as características do artefato levam até
um leigo a duvidar que tenha sido atirado por policiais, uma vez que as
evidências levavam a ideia de fogos de artifícios que não são utilizados no
serviço policial. Após comprovação por parte dos especialistas no programa ao
vivo, coube à dupla Sandra Annenberg e Evaristo Costa se desculparem, no Jornal
Hoje de 07/02/2014, disfarçando o constrangimento, pelo falso testemunho
sustentado incisivamente pelo colega de trabalho.
Os Âncoras dos Jornal Nacional Willian Bonner e Patrícia Poeta que
também haviam apresentado a notícia e ratificado a culpa dos policiais
militares no mesmo dia, buscaram no dia seguinte contornar a situação mostrando
uma reportagem na qual policiais militares do Batalhão de Choque do Rio de
Janeiro demonstram o efeito das armas utilizadas pela PM para dispersar a
multidão em caso de distúrbios civis.
Ao final coube aos âncoras reiterarem o pedido de desculpas a PM devido
a precipitação na apresentação de culpados sem antes mesmo analisarem os fatos.
O que ficou feio para um jornalismo tão influente como o da Rede Globo, o que
contribui para o aumento do descrédito na seriedade do trabalho do canal,
principalmente em meio aos policiais e classes mais críticas que não se
convencem imediatamente com o que os apresentadores falam na televisão.
Mediante os fatos, lanço aqui algumas perguntas para reflexão:
1° - Um pedido de desculpas conseguirá mudar a visão das pessoas que
receberam e tomaram como verdadeira a primeira notícia em que a policia foi
tida como culpada?
2° - Se os policiais militares fossem os verdadeiros culpados pelo ato,
um pedido de desculpas seria suficiente?
3 - Até quando a mídia continuará a comentar, opinar, hostilizar e
sacrificar os profissionais de segurança pública julgando seus atos sem antes
mesmo analisarem os fatos?
Diariamente somos bombardeados por notícias em que policiais militares
são culpados pela onda de violência devido à falta de empenho no trabalho, ou
porque agem com brutalidade, ou até mesmo porque deixaram de estar no local na
hora do crime, sem antes mesmo se perguntarem se naquele momento os policiais militares
daquela área já não estavam em outra ação evitando um crime.
Cabe aqui mais uma pergunta:
4° - A quem interessa a disseminação e exploração de notícias sobre a
violência ?
Um bom exemplo do quando os valores estão invertidos na mídia é
quando se fala da atividade policial, é notório através de muitas notícias que
a culpa é sempre da ação policial. Se utiliza armas não letais como gás
lacrimogênio ou gás pimenta para dispensar a multidão é por que a policia
utilizou ação desproporcional diante de um povo pacifico.
Se um assaltante morre em confronto policial, surge a dúvida seguida de
confirmação, será que o assaltante tentou contra a vida do policial?.
Muita armas, drogas e pessoas são conduzidas diariamente pela policia
militar, evitando assim ações criminosas. Para se ter uma ideia, só este ano na
cidade de Itabuna, já forma aprendidas 32 armas de fogo, mais de 50 quilos de
drogas e mais de 150 pessoas foram conduzidas ao complexo policial.
No entanto, o que importa para a mídia é o número de homicídios,
mantendo assim um clima de pavor na cidade e criando a expectativa negativa de
quem será o próximo. Volto a perguntar, a quem interessa disseminar o pavor?
Acredito que muitos dos homicídios independem da ação policial. Ações
mais concretas como:
* Endurecimento na legislação;
* O voto consciente em legisladores comprometidos com a população;
*Desenvolvimento de políticas públicas que reintegrem as famílias e
ofereçam oportunidades e capacitação profissional aos cidadãos;
*Aumento de efetivo para fiscalização das estradas federais, estaduais e
fronteiras;
*Investimentos na capacitação profissional e modernização da polícia;
Essas medidas e muitas outras seriam sim meios mais eficazes de
controlar a violência, ao invés de atribuir sempre a responsabilidade a
polícia, que é sempre tida como culpada pelo aumento da violência, com a
justificativa de falta de ações policiais.
Fica a Dica!
Obs: Trechos do texto foram compilados do blog Abordagem Policial.