sexta-feira, 16 de maio de 2014

“Pior que marginal”, dispara Bolsonaro sobre tratamento dado ao vereador Prisco


Jair Messias Bolsonaro, ou apenas Bolsonaro. Deputado Federal pelo Partido Progressista (PP) no Rio de Janeiro, militar e além de tudo o ‘rei’ das polêmicas políticas sobre assuntos que envolvem os homossexuais, casamento entre pessoas do mesmo sexo, manifestações no Brasil contra a Copa do Mundo e a busca por melhorias na classe das Forças Armadas do país. Mas, para o parlamentar, talvez tudo isso ainda seja pouco.

Em entrevista exclusiva ao Se Liga Bocão, na noite desta quinta-feira (15), direto de Brasília, o deputado Jair Bolsonaro destacou a última greve da Polícia Militar da Bahia e o seu líder, vereador Marco Prisco (PSDB) que permanece preso na capital federal. Para o pepista, apesar da Constituição Federal proibir o ato, não se pode ignorar a “triste” situação dos profissionais e defendeu o edil baiano. “Tentei visitá-lo, mas infelizmente não tive permissão. Sei que ele [Prisco] não é bandido e está sendo tratado pior que um marginal”, defendeu.  

Bolsonaro ainda falou aos ouvintes da Itapoan FM, que no ano de 2013 foi apresentado no Diário Oficial da União a evasão de 240 capitães e tenentes das Forças Armadas. “Não existe uma valorização real do Governo Federal para proteção destes profissionais, ainda mais por ser um trabalho de alto risco”, ressaltou.

Legalização da Maconha e Movimento Gay 

Bolsonaro que se declara, constantemente, contra o movimento gay disparou contra a classe e algumas atitudes que, para ele, são apenas para manter uma “boa” imagem na mídia. Entre estes, ele classifica o maior rival, seu colega e deputado Jean Wyllys (Psol). Bolsonaro que diz ter uma boa convivência com o socialista afirma não ter nada contra ele e sim contra suas propostas, como exemplo a legalização da maconha. “Nunca vi um médico à frente de uma mãe em que seu filho usa este tipo de droga que tenha implorado a sua utilização”, reforçou.

Um dos assuntos que ainda geram polêmicas em torno da classe gay é a distribuição de um kit que contêm vídeos com informações sobre o universo de jovens gays. Para ele, isto fere a realidade da família e afirma que a bancada evangélica foi uma grande força para que a presidente Dilma Rousseff (PT), decidisse, mesmo que provisioramente, sobre o recolhimento do material.

 “Os gays podem me chamar de torturador, nazista e o que mais quiserem, mas grande parte dos homossexuais está do meu lado. Quem quer estar mídia são os ditos militantes”, Bolsonaro deixou esta afirmação alfinetando também o atual presidente do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott, que para ele “suas palavras não possuem nenhum valor”.   

Manifestações no Brasil

Quando o assunto foi relacionado às manifestações pelo Brasil contra a Copa do Mundo, Bolsonaro afirmou que não adianta mais tais ações, pois já foi gasto uma “fortuna” só na preparação do maior evento esportivo mundial. “Agora precisamos realizar a Copa. Quem tinha que desviar suas verbas já desviou”, disparou o deputado afirmando que “agora vamos deixar os olhos do mundo em nós. Não adianta mais esse quebra-quebra prometido”.

Comissão de Direitos Humanos e Minorias

Sobre a quase ida à Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, quando foi derrotado pelo então deputado Assis do Couto (PT), Bolsonaro detalha que não mudaria suas declarações de que “estupradores e outros criminosos mereciam pena de morte”. Para o polêmico parlamentar o presídio para estas pessoas seria apenas com o colônia de férias. “Não tenho pena de estuprador, tenho pena sim da mãe de família que sofre com a situação”, disse. Jair Bolsonaro ainda afirmou que todo o investimento feito pelo governo federal para “ajudar” aos usuários de droga são em vão.  “Não gastaria dinheiro, se estivesse à frente do governo, com estas pessoas. Usaria sim com um jovem que busca uma vida decente, um emprego e melhorias de vida”, concluiu. 

Nota originalmente postada às 20h do dia 15